21 junho, 2010

Oportunidade

Uma amiga minha me mandou um link de um emprego diferenciado no mercado de cruzeiros em uma página no Terra.Vou repassar p/ vocês porque é uma oportunidade única e nova p/ Brasileiros.
http://not.economia.terra.com.br/noticias/noticia.aspx?idNoticia=201006181322_RED_79104707
Seabourn Yatchs. Uma empresa que paga em Euros. Agora talvez a única se a mudança p/ Dollar acontecer mesmo na Costa. Contrato de 4 meses, em Yatchs de até 500 passageiros, mas salários muito maiores e 13 horas de trabalho diários. Vale a pena tentar. A empresa que está contratando é a Staff Work. Genial! E ainda digo mais: Excelente!!!Podem falar com a Nicole. Um amor de pessoa. Ta lá p/ dar dicas, melhorar currículos e te deixar confiante na entrevista final.
Boa sorte amiguinhos...

19 maio, 2010

Segundo Contrato

Aqui eu vou postar as únicas 3x que escrevi alguma coisa enquanto estava embarcada. Depois, logicamente, postarei coisas mais organizadas com a minha visão de hoje aqui de fora.

Diário de bordo (logo que cheguei)

Depois de tanto tentar… Finalmente estou a bordo de novo. Não deu certo com a Royal, não deu certo com a Princess. Por motivos diferentes, que agora não vem ao caso. A Costa veio por acaso, pois eu não tinha boas referências da companhia. Sempre ouvi dizer que se trabalhava mais que em outras e tive alguns amigos e conhecidos que desistiram no meio do contrato. Bom, fiz uma entrevista em grupo com a Infinity do Rio, depois um teste de inglês e uma entrevista em dupla, seguida de um curso de 2 dias de uma empresa chamada 4crew, que treina futuros tripulantes. Em São Paulo, fiz a entrevista final, o curso da Costa e os exames. Foi um longo caminho até o bar. Mas deu tudo certo. Fiz muitos amigos e me divertir bastante. Estou aqui já a mais de um mes. Me ligaram uma semana antes do embarque, perguntando se eu podia embarcar com urgência. Eu aceitei por que já completara meus 8 meses de férias. Tive que resolver tudo muito rápido. Não deu p me despedir de um monte de gente. Me estressei um pouco, mas valeu a pena. A aventura já começou no aeroporto. Ainda bem que consegui o contato de duas pessoas através de dois conhecidos, antes de embarcar. A gente perdeu a conexão do vôo e a viagem até a Alemanha foi longa. A companhia aérea nos deu um vale de 10 Euros e a gente almoçou muito bem. Depois ficamos hospedados em um hotel com jantar e café da manha em Kiel. Muito bom. Um quarto individual, super aconchegante. ADOREI!!! Saímos a noite. Estava tendo uma festa na rua, com musica ao vivo e umas apresentações. É... Comecei com o pé direito. Bom, o primeiro dia foi bem confuso. Primeiro que os passageiros só falavam ou Italiano ou alemão ou frances. Detalhe, não falo nenhuma das línguas. Fora isso, tinha que aprender tudo sozinha. Literalmente fui jogada no bar. Affff... Catastrofe!!!Mas depois de uma semana as coisas já pareciam mais claras, nem tanto difíceis. Mas até hoje me confundo com os nomes das bebidas e com a minha bandeja. Ô bandejinha viu... Uma pior que a outra, tentei trocar a minha e só encontrei pior. Bandeja nessa área é como um filho. Vc tem que cuidar desde do dia que embarca até o ultimo dia de vida a bordo. Nossa, quebrei tanto copo, derramei bebida no passageiro... Mas acontece com todo mundo. Graças a Deus. Mas tenho que confessar que não foi nada agradável. A cabine aqui é só de dois. Estou dividindo com uma pessoa super bacana. A Mari, ela já é experiente e me da vários toques, vários puxões de orelha tb. Adoro!!! To aprendendo muito com ela. Aliás com a turma toda de brasileiros. O pessoal me deu a maior força até agora. Até mesmo os filipinos, ou mais conhecidos aqui como PH´s. Como no outro contrato, há muitos filipinos, indonésios, indianos, hondurenhos, mas tb vietnamitas e muitos peruanos. Até agora eu to gostando bastante. Apesar de ser bem mais puxado que no Escape. Apesar de não estar podendo descer tanto p/ passear. A comida e o salário são melhores, entre outras coisas. Mas como eu já imaginava, o trabalho no bar é bem mais tranqüilo que em qualquer departamento. Vc reveza os bares, que não são poucos, com o resto do pessoal. O que faz com que vc não canse tão rápido. O mesmo acontece com a escala de horas. As vezes vc tem a manha livre, as vezes a noite, as vezes um intervalo maior, outro menor. Assim como tem lugar que da p fazer mais dinheiro que em outros e assim vai. A vida aqui não é nada fácil. Os brasileiros adoram reclamar. Me sinto uma louca as vezes, dizendo que amo essa vida. Mas enfim... Não quero isso p resto da minha vida, mas consigo enxergar que tudo tem seu ponto positivo até mesmo sendo aparentemente 100% ruim. Acho que é um dom que eu tenho. Fico feliz só de pensar assim. Me sinto independente, protegida, querida, capaz, corajosa, e um trilhão de coisas mais que me deixa feliz por aqui. Amo o MAR!

Dry dock em Novembro

Ficamos duas semanas atracados em Palermo na Itália. Tiraram o navio da água e por esse tempo, ficamos sem passageiros. Teoricamente teríamos que ajudar na reforma do navio e trabalhar só 8h por dia. Mas as cocktail waitress não fizeram absolutamente nada. A Gente tinha reunião todo dia as 8 da manha. O chefe dizia: Benção de Deus até a manha as 8h de novo. Claro que saíamos saltitando de felicidade. Passei muito, comi demais, gastei, me diverti como não me divertia a tempos. Fiz amigos p/ uma eternidade. A comida dentro do navio melhorou e aconteceram vários imprevistos que se tornaram momentos de aventura, como: ficarmos sem ar condicionado e todo mundo se virar nos 30. (Uns com as portas da cabine aberta e outros foram dormir no ultimo bar do navio, onde o ar funcionava.) , banho quente só das 4h as 9h e ficamos sem luz um dia tb. Todos os brasileiros a bordo até as 11:00 da noite. Nossa, foi uma delícia! Descansamos bastante. Foi uma experiência inesquecível. Costumo dizer que certos momentos valem um contrato e com certeza esse período valeu todo o esforço.

Faltam 2 meses mais (fim de fevereiro)

A frase que mais se ouve de mim é: To cansada! Estes cruzeiros no Brasil estão p acabar, voltarei p/ Itália com o navio e desembarcarei la. Agora não tenho pressa. La eu acho bem mais divertido. Fiquei tanto tempo sem escrever... Tanta coisa se passou aqui dentro. Quando está a bordo tudo acontece muito rápido. É incrível como em um mesmo dia vc pode acordar triste, tomar café, se sentir bem, ir p/ trabalho, receber uma bronca desnecessária, ficar deprimido, ir almoçar, dar risada e se divertir como se estivesse acontecendo os melhores momentos da sua vida. Isso acaba acontecendo com todo mundo, mas no começo fica meio descontrolado. Se a pessoa está no primeiro contrato, não arranja ninguém interessante, e o navio está no Brasil, dificilmente permanece a bordo. Desistir fica mais fácil. Mas assim mesmo é uma decisão difícil, ao contrário do que muitos pensam, precisa ser corajoso. Na maioria das vezes as pessoas se arrependem, muitas não admitem, mas fica estampado no rosto e nas palavras. É muito triste quando alguém querido vai embora de repente... Mas faz parte da loucura de ser marinheiro.